sábado, 24 de março de 2007

The crazy black woman

A primeira receita deste blog deveria ser esta, porque é o "encantamento" mais poderoso que conheço, e que não poupa nem a quem o prepara...

Em uma pesquisa pela internet, observei que a receita quase não tem variações, e que sua origem deve ser portuguesa, pois é tão popular lá quanto aqui. Achei a expressão que dá nome ao bolo até em inglês, e valeu o registro no título.

O engraçado é que tem muita gente que esconde a receita, o que prova seu valor de sedução.

Sem mais palavras, o melhor é fazer logo esse bolo e confirmar a delícia que é!

Nega Maluca

2 xícaras de farinha de trigo

2 xícaras de açúcar

1 xícara de chocolate em pó

1 colher (de sopa) de fermento em pó

1 xícara mal-cheia de óleo

1 xícara de água fervente

4 ovos

Misture os ingredientes secos. Acrescente o óleo e, em seguida a água fervente. Misture muito bem. Junte à mistura os ovos, um a um, mexendo sempre. Leve para assar em forma untada e enfarinhada.

Cobertura

1 xícara de açúcar

1 xícara de chocolate em pó

3 colheres (de sopa) de margarina para culinária

3 colheres (de sopa) de leite

Misture tudo em uma panela e leve ao fogo até ferver. Espalhe quente sobre o bolo quente.

Dica – Em geral, nas minhas receitas que vão ao forno, eu não indico o tempo de cozimento. Pela minha experiência isso varia bastante em função da potência do forno. O tempo médio para um bolo é de 30 minutos, mas eu prefiro fazer a conferência visual: o bolo deve ter parado de crescer, e estar bastante "estável". E eu sempre verifico a cor das bordas, para não deixar queimar. Por fim, eu sempre uso um palito para conferir se o bolo está bem assado no meio. Ao enfiar o palito, ele deve sair limpo.

Educação feminina

Dos 8 aos 17 anos, estudei em colégio de freiras, do tipo que só aceitava meninas. E por todo o resto da minha vida sempre me deparei com uma série de preconceitos que as pessoas costumam formular contra essas instituições.

A mais comum: "as freiras são malvadas, ao contrário do que a religião delas prega.". Mas há outras: "colégio feminino serve para formar mulheres submissas" e "colégio religioso é um tipo de prisão".

Talvez eu tenha tido muita sorte, mas nos três colégios pelos quais passei nunca me senti numa prisão. Em um deles, me lembro bem, a grande maioria das alunas ia ao colégio aos sábados, voluntariamente, para praticar atividades esportivas e culturais. Um clube de final de semana.

E se essas escolas pretendiam me tornar submissa, fizeram um trabalho muito mal-feito. Em uma delas, nos anos finais da ditadura, discutíamos os pontos positivos e negativos dos serviços públicos, e aprendíamos o significado de cada um dos artigos da Constituição que tratam dos direitos e garantias individuais. Somente hoje eu tenho consciência de que não era qualquer colégio que permitiria esse tipo de discussão naqueles tempos repressores.

Em uma turma só de meninas, muitas se destacaram como contestadoras e como garotas de opinião. Imagino que a presença de garotos na turma traria algumas vantagens, mas muitos talentos ficariam ocultos. Não estou sendo preconceituosa, não! Ainda hoje há professores que consideram as meninas menos aptas para a Matemática do que os meninos. Naquela época eu não tinha a menor idéia sobre isso.

Na verdade, estávamos protegidas da guerra dos sexos. Dentro da escola podíamos cultivar nossos talentos, ser líderes, participar do Grêmio, e ninguém nunca nos disse: "isso é coisa de menino".

Nesse contexto, as aulas de culinária eram apenas uma oportunidade de desenvolver um talento a mais. A professora, D. Vanda, era uma senhora já de certa idade, que fazia questão de que sempre usássemos avental, e lenço na cabeça. Com ela aprendi a fazer molho de tomate, em épocas anteriores ao molho enlatado. Esse evento foi muito importante, porque antes disso, eu não aceitava nenhum molho no macarrão!

Mas a receita de D. Vanda que eu mais repito, hoje em dia, é o bolo de cenoura, novidade na época, mas que hoje é absolutamente popular.

Bolo de Cenoura com Calda de Chocolate

2 cenouras grandes

4 ovos

1 xícara de óleo

2 xícaras de farinha de trigo

2 xícaras de açúcar

1 colher (de sopa) de fermento

Bata no liqüidificador os ovos e o óleo. Junte as cenouras, raspadas e picadas, e, por fim, o açúcar. Em uma vasilha, peneire a farinha e o fermento. A eles, junte a mistura do liqüidificador e misture bem. Asse em forma untada e polvilhada.

Calda de chocolate

8 colheres (de sopa) de açúcar

4 colheres (de sopa) de leite

3 colheres (de sopa) de chocolate em pó

3 colheres (de sopa) de margarina de culinária

Misture tudo e leve ao fogo até engrossar. Espalhe sobre o bolo já assado.

Dica – Evite as margarinas cremosas e halvarinas na cobertura. O resultado é melhor com margarina de culinária.

segunda-feira, 12 de março de 2007

A fonte da juventude

O segredo da juventude, segundo um amigo, é estar sempre disposto a experimentar coisas novas. Ou dar uma nova chance para coisas que não foram agradáveis na primeira vez.
Eu nunca gostei de berinjela. Não era um legume comum em casa quando eu era criança, e, nas poucas vezes em que apareceu, não fez sucesso.
Mas, anos depois, comi, na casa da minha sogra, fatias de berinjela à milanesa, e adorei. O impulso de experimentar foi provocado pela "milanesa", devo confessar, mas valeu a pena. A partir desse dia resolvi buscar outras receitas com berinjela, que acabou se tornando meu legume favorito.
A receita abaixo é uma das minha preferidas. Se você não se animou de experimentar, não tem problema. Talvez você prefira buscar a auto-renovação ouvindo um tipo diferente de música, ou revendo um filme antigo...

Berinjelas Napolitanas

2 berinjelas médias em rodelas
1 dente de alho amassado
1 cebola grande em rodelas
4 tomates em rodelas
2 colheres (de sopa) de caldo de galinha granulado
Orégano
½ xícara de azeitona preta picada
½ xícara de azeite
Em um prato refratário, arrume os ingredientes em camadas. Termine com uma camada de tomates e regue tudo com o azeite. Cubra com filme plástico (deixando uma fresta) e leve ao forno de microondas, em potência alta, por 15 minutos. Ou cubra com papel alumínio e leve ao forno convencional, em temperatura média, de 45 minutos a 1 hora.

Dica: Vai muito bem com qualquer massa, inclusive a "Lasanha de véspera".