domingo, 29 de abril de 2007

Preguiça, no feriado, pode!

O senso de responsabilidade me trouxe até aqui, para tentar atualizar o blog com novidades.
Mas, feriado com friozinho, é bem mais gostoso ficar à frente do fogão cozinhando, ou embaixo das cobertas, vendo um bom filme, e comendo bolachinhas.
Então, amigos, deixo aqui a receita, e vou me mandando...

Biscoito de baunilha


1 xícara de margarina de culinária

2/3 de xícara de açúcar

1 colher (chá) de sal

2 colheres (chá) de baunilha

2 ovos

2 e ½ xícaras de farinha de trigo

Bata a margarina com o açúcar até formar uma pasta. Junte a baunilha, o sal e os ovos, um de cada vez, batendo sempre. Junte a farinha peneirada e bata bem. Com uma colher de chá, coloque a massa em uma assadeira, sem untar. Use uma colher ou garfo enfarinhado para achatar os montinhos de massa. Leve ao forno até que os biscoitos fiquem dourados.

Dica: Vai bem com chá ou chocolate quente!

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Culpa! Culpa! Culpa!

A culinária está cheia de pratos maravilhosos, tentações às quais freqüentemente nos rendemos para depois nos afogarmos no sentimento de culpa.

Já percebi que esse sentimento é tão disseminado, que mesmo as pessoas que não lutam contra a balança sentem-se culpadas depois de uma orgia alimentícia. E o triste nisso tudo é que a culpa acaba minando o prazer que se deveria sentir.

Mas não são apenas os prazeres da mesa que acabam prejudicados por um sentimento que não nos deixa usufruir completamente as coisas boas da vida. Por exemplo, sempre tive "um pé atrás" com a frase que é, talvez, a mais citada do Pequeno Príncipe: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." É uma frase maravilhosa, mas acredito que muitas pessoas preferem não cativar ninguém para não arcar com a tal responsabilidade. Ou seja, é melhor evitar logo de cara a possibilidade de um dia chegar a se sentir culpado.

Como conviver com isso, ou melhor, como enfrentar esse sentimento? Com leveza, talvez. Com risadas. Aceitando as pequenas e as grandes alegrias, e vigiando, apenas, para que não prejudiquem a ninguém. Porque a culpa, em geral, é um exagero dessa vigilância.

Uma das canções dos Beatles tem uma frase que (embora eu a empregue completamente fora do contexto da música) dá uma pista sobre a atitude que deveríamos ter diante das coisas legais que nos acontecem: "Yes, she loves you, and you know you should be glad." (algo como: "Ela te ama, e você deveria estar contente." ). Sim, apenas ficar contente e seguir a vida. Mas, se ele não está contente, eu imagino que é porque está pensando no problema de ser "eternamente responsável por aquilo que cativou".

Ou seja: "Você comeu sozinho um maravilhoso pudim brigadeirão; deveria estar contente, mas está se afogando no sentimento de culpa!"

Então, faça o teste, prepare o pudim! Não precisa comer inteiro, mas usufrua com prazer o que comer. E, pelo amor de Deus, não vá jogar o pudim inteiro fora!

P.S. Essa história da culpa é muito complexa. Acho que voltarei ao assunto em outras ocasiões.

Pudim Brigadeirão

2 latas de leite condensado

1 vidro (200 ml) de leite de coco

4 ovos

1 colher (de sopa) de margarina

1 xícara de chocolate em pó

Bata todos os ingredientes no liqüidificador e coloque em uma forma de pudim untada com margarina e polvilhada com chocolate em pó.

Leve ao forno em banho-maria de 35 a 60 minutos, ou até que esteja firme. Desenforme frio.

Dica 1 – Para usar o banho-maria no forno, coloque a forma de pudim dentro de outra, redonda, por exemplo, maior do que ela, e coloque no forno quente. Com uma caneca ou chaleira, coloque água fervente na forma maior. Não coloque água fria, porque demora muito para atingir a temperatura que vai cozinhar o pudim.

Dica 2 – Leia o Pequeno Príncipe. Há muitas outras frases lindas no livro, que escondem, na sua simplicidade, belas lições de vida, como essa: "É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas".

O Avestruz

O nome do livro é "Histórias sobre o mundo real", do Dr. Richard A. Gardner, e é um livro para crianças.

Uma das tais histórias é sobre um garoto que não aceita conversar sobre seus problemas. Quando ele faz algo errado (tirar uma nota baixa, ser egoísta com seus brinquedos), seus pais e professores tentam conversar com ele e ajudá-lo a se corrigir, mas ele sempre coloca as mãos nos ouvidos e fecha os olhos, dizendo: "Não quero ouvir nada!".

Um dia, sua mãe, cansada da situação, desabafa: "Você é igualzinho ao avestruz. O avestruz enterra a cabeça na areia, quando algo de ruim está para acontecer, a fim de não ver nem ouvir nada.".

O pai, então, interfere, dizendo que não é bem assim. Ele explica que as pessoas pensam que o avestruz é covarde, mas que isso não é verdade. Se o avestruz enterrasse a cabeça na areia na hora do perigo ele não ouviria nada, e não estaria fazendo nada para se defender. O que ele faz, na verdade, é abaixar-se atrás dos arbustos para observar bem o que acontece à sua volta e prestar atenção a tudo. Assim, se um leão o ataca, ele fica observando o adversário se aproximar e, no melhor momento, foge correndo com suas longas pernas, ou, se isso não for possível, luta com o leão, ferindo-o com suas fortes unhas. Mas, muitas vezes isso não é necessário, porque quando o avestruz se abaixa o leão o acaba perdendo de vista, e vai embora.

O garoto da história acaba percebendo, com a metáfora, que fugir dos problemas não é a melhor solução. Que ele estava realmente "enterrando a cabeça na areia" diante de seus problemas, e que com isso ele não estava fazendo nada para resolvê-los. Ele passou a aceitar o diálogo com seus pais e professores, e percebeu que, discutindo seus problemas, eles ficavam mais fáceis de serem superados.

E o que tudo isso tem a ver com culinária? Não, eu não vou indicar agora uma receita de ensopado de avestruz (rsrsrs!).

Em minha opinião, preparar junto com alguém uma receitinha qualquer é a maneira ideal de iniciar uma conversa difícil. E tem a vantagem de, no final, ter um prato gostoso para degustar.

O gnocci é uma receita que dá um pouco de trabalho, mas é muito gostoso de fazer (e comer) a dois. Então, mãos-à-obra!

Gnocci

5 xícaras de batata cozida e amassada (fria)

2 colheres (de sopa) de margarina

1 ovo grande ou 2 pequenos

2 ½ xícaras de farinha de trigo

Sal

Farinha para espalhar na mesa

Misture a batata, a margarina, o ovo e as 2 e ½ xícaras de farinha. Acrescente uma pitada de sal e amasse. Fica um pouco grudenta, a massa, mas deve ser possível moldá-la em cordões. Se necessário, coloque mais um pouco de farinha.

Depois de fazer os cordões e estendê-los na mesa enfarinhada, corte-os em pequenos pedaços e cozinhe em água fervente com sal. Os pedaços estarão cozidos quando subirem à superfície, e devem ser retirados com uma escumadeira.

Dica – Se você encontrar por aí, leia o livro do Dr. Gardner. Tem outras histórias interessantes.